Numa terra de céu azul, em livro de fotos em preto e branco, ele não tem vez. O livro de Ana Carolina Leite é um trabalho de muito rigor e precisão, conseguidos com muita aplicação.
O olhar escondido, tanto da fotografa quanto das personagens é revelador de formas construídas pelo encontro da luz com o corpo, não importa que parte do corpo, todas as partes são belas e formosas, cheias de formas.
É a representação da forma que mostra a capacidade do olhar de Carolina, e esta representação primorosa é construída pela escolha de um único ponto de vista escolhido dentre as mil possibilidades. É aí que Carolina estabelece o diálogo entre a luz e o seu olhar.
Carolina assume explicitamente o seu olhar, pois despreza o olhar de seus personagens que estão quase sempre de costas, inseridas num espaço que se quer representar muito grande, amplo, generoso e às vezes opressor. Estar de costas quer dizer indo e para onde se quer ir é muito longe, talvez rumo ao infinito. Na trajetória daquilo que está vindo, nós somos o ponto de chegada. É finito.
Pedro Jorge de Castro
Depois de ver o livro…